RELATO DO PDG PESSANHA LC-11

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CAROS LEÕES

ABAIXO VOCÊS TEM O RELATO DO PDG PESSANHA SOBRE A SITUAÇÃO NO RIO DE JANEIRO.

"Companheiros (as) Amigos todos.

Respondendo às centenas de solicitações sobre nossa situação pessoal, devido à catástrofe, de todos conhecida, temos a informar que diante de tanta desgraça e sofrimentos pelas perdas de tantas vidas, podemos dizer que, apenas, perdemos uma bela residência, de bom valor, na qual, antes, morou nossa filha com nossa neta, estando vazia e a venda e, portanto, estamos bem.

Sobre a Cidade:

A cidade de Nova Friburgo, violentamente atingida pelo fenômeno natural, tenta se organizar no meio de muito sofrimento, muita solidariedade em contraste com a falta de respeito e de cidadania, de alguns, envolvida por muita poeira e montanhas de lixo por toda parte.

Colégios, igrejas e galpões e muitas casas de famílias, se improvisaram em abrigos recebendo aqueles que mais sofreram com a catástrofe.

São milhares os desabrigados, muitos desalojados e outros resistem em não abandonarem suas casas, embora com perigo emitente de desabamento.

Nesses abrigos, uns se acomodam, outros, amenizam seus próprios sofrimentos juntando-se às centenas de voluntários, verdadeiro batalhão de pessoas de bem, nos mesmos locais, revezando-se na cozinha, na faxina e no carinho; é "uma mão lavando a outra."

Os que necessitam de água, gêneros alimentícios, colchões e colchonete, entram em filas nos postos de distribuição, ou mesmo aguardam no seu bairro para receber tudo que precisar. Não havendo acesso por terra, helicópteros chegarão pelo ar.

Montanhas de sacos de roupas aguardam interessados e muitos estão abandonados na arquibancada do antigo campo do Friburgo Futebol Clube, semesperança de serem recolhidos.

Caminhões, camionetas, carretas e veículos de passeio, vindos de toda parte do Brasil, formam filas, aguardando para serem descarregados nos postos de coletas, improvisados, na prefeitura, na fábrica Ypú e na Autran.

Materiais de limpeza, de higiene, colchonetes, colchões, enxovais de bebes e água são necessários.

Não fizemos, ainda, o levantamento da necessidade de remédios.

Na confusão, até mesmo, muitos que nada sofreram, se aproveitam da situação e levam tudo, de bom, para casa.

No decorrer dos próximos meses, talvez mais de ano, quando a "poeira baixar" essas pessoas precisarão de tudo que,hoje, pelos atropelos, parecem sobrar.

O povo acostumado a beber água de filtro, ou de torneira, hoje, bebe e cozinha com água mineral engarrafada e depois espalham os vasilhames nas ruas aumentando o trabalho dos 300 garis, com seus vassourões, cedidos pela COMLURB que, se revezam no regime de 24hX por 72h indo e vindo, nos 135 km entre Nova Friburgo e Rio de Janeiro.

O uniforme cor de abóbora com faixa branca e letras pretas dos garis cria contraste colorido com o bege dos bombeiros, o vermelho da defesa civil, o branco e preto da Autran, o cinza da polícia militar e as fardas verdes camuflada do exército e dos fuzileiros navais que patrulham a cidade.

Muitos perguntam pelos garis famosos, Renato Sorriso, da Marques de Sapucaí e Vânia Maria Coelho, a vaidosa, autora das frases "Deita a vassoura gari! Tem que deitar!

Caminhões pipas e máquinas, também, cedidos pela COMLURB, retiram lama e lavam o centro da cidade tentando conter a poeira e a lama trazida pela enxurrada.

Tudo o que não prestava em casa e antes, se pagava para retirar, inclusive, geladeiras, fogões velhos e sobras de obras, como que, atingidos pela enchente, são colocado nas calçadas, triplicando e dificultando o trabalho de limpeza das ruas

Outros caminhões e tratores limpam e escoam verdadeiras montanhas de terras, pedras e lama que se formaram pelas chuvas e enxurradas por vários bairros de Nova Friburgo.

Nos postos de saúde, muitas pessoas se organizam em filas para serem vacinadas contra tétano. Alguns se protegem contra leptospirose tomando comprimidos adequados.

Hospitais de campanha montados na Praça Dermerval Barbosa Moreira e na Prefeitura, assistem aos feridos e outros que necessitam de cuidados médicos.

O Lions Clube de Nova Friburgo abre postos de recebimento e distribuição de doações recebidas de muitos Clubes do Distrito LC11.

Doações em dinheiro, também, chegam através de sua conta disponibilizada para associados (as) dos Lions Clubes e simpatizantes do movimento do Brasil e do mundo.

Pessoas ligadas ao Governo Municipal garantem que a prefeitura já recebeu os primeiros R$ 10.000.000,00 do Governo Federal e que R$ 2.400.000,00 já foram depositados por doadores, muitos anônimos, na conta especificamente aberta, pelo município, para a reconstrução da cidade.

É decretado o Estado de Calamidade Pública e luto oficial na cidade por 30 dias. No Estado do Rio O Governador decreta luto por 7 dias e ,nos demais estados, a Presidenta decreta  luto por 3 dias.

A CaL Gov. Zuraide do LC11 anuncia a liberação do subsídio de emergência de Lions Internacional para Nova Friburgo no valor de US$ 10.000,00 e promete tudo fazer para tentar, junto a Associação, outro subsídio de maior valor, não emergencial, mediante criterioso projeto.

A cada minuto recebemos telefonemas de todo o Brasil, alguns do exterior, preocupados conosco e prometendo ajuda.

Mais de 500 E-mails lotam nossa caixa de mensagem vindo de amigos e companheiros de todo o Brasil preocupados comigo, com minha família e com os associados de Nova Friburgo, cujas mensagens nos sensibilizam e, sinceramente, chegamos ás lagrimas, com tanta demonstração de afeto ecompanheirismo.

Postos improvisados da Caixa Econômica Federal abrem inscrições para liberação de parte do fundo de garantia, mesmo para os que nada sofreram.

A circulação de dinheiro será necessário e muitos,possivelmente, ficarão desempregados

A Associação do Comércio, Indústria e da Agro Pecuária de Nova Friburgo, ACIANF, apela para que sejam prorrogados os pagamentos dos compromissos federais e estaduais (tributos, impostos, contribuições e outros) que venceram e vencerão entre 11 de janeiro a 31 de março, solicitando que o dinheiro não saia da cidade, evitando a recessão.

Da mesma forma, justiça itinerante se organiza em ônibus, estacionados na praça, para julgar e punir delitos, procurando manter, junto à polícia, a necessária ordem.

Corpos dos que morreram são sepultados, uns identificados, outros sem identificação, também o são, depois de retirado material para exame de DNA para posterior identificação e satisfação aos parentes.

Listas dos desaparecidos são disponibilizadas em vários locais, na esperança de notícias de seus entes queridos e amigos.

Muitos ficarão, para sempre, em suas sepulturas naturais e seus óbitos serão tidos como morte presumida.

A maioria do povo, nas ruas, usa máscara cirúrgica para se proteger de doenças trazidas pela poeira.

Em muitos locais, ainda, há muita lama e forte mal cheiro com difícil acesso.

Centenas, talvez milhares de casas e prédios de médio porte, alguns edifícios de grande porte, interditados pela defesa civil, poderão ser demolidos para evitar mais mortes e outros prejuízos.

A direção do Hospital São Lucas, referência da região, anuncia na televisão que embora sofrendo danos de grande porte, não será demolido e voltará a ser melhor do que foi antes da catástrofe.

O barulho das sirenes dos veículos: da Polícia, Corpo de Bombeiros, AUTRAN e ambulâncias de várias entidades de saúde abrem "no peito" caminho no trânsito engarrafado, com carros cobertos de poeira e lama, aumentando o estresse.

Centenas de veículos atingidos pela enchente são rebocados, por socorro das Cias Seguradoras, num vai e vem sem parar, lotando o pátio da AUTRAN - Autarquia Municipal de Trânsito de Nova Friburgo. Mais de 250 terão perda total.

O comércio, não todo, abre suas portas, a pedido do governo, para dar impressão de que tudo está normalizando, mas não há movimento, no momento.

A luz, o fornecimento de água, o abastecimento de gás de cozinha e o combustível para veículos, aos poucos, se normalizam. Muitos locais estão, ainda, sem qualquer fornecimento via concessionárias.

Na fábrica Ypú, próximo ao centro, até gás de cozinha é fornecido, bastando para isso, levar o botijão vazio. Para os que moram ou moravam nos bairros distantes essa disponibilidade não existe.

Os que ficaram sem comunicação telefônica recebem da OI telefone celular no sistema SIGA e começam a contatar parentes e amigos. A conta será a média dos últimos três (três) meses, do telefone fixo.

Os orelhões foram liberados, sem cartão, podendo qualquer um falar, para o mundo, o tempo que necessitar, sem nada pagar.

O pacote de velas que chegou a custar R$ 15,00 volta ao seu preço normal de R$ 2,50.

O galão de água mineral, no início, vendido a R$ 40,00 resultou em prisão de seus exploradores, e, por ora, é pouco procurado, até mesmo pelo seu valor original, em torno de R$ 5,00. Os que tentaram vender um botijão de gás a R$ 150, 00, logo após o sinistro, apostando na falta de tudo, também, receberam a punição devida.

A Fundação Leão XIII disponibilizou serviço, em barracas improvisadas, para auxiliar na emissão de todo e qualquer tipo de documento perdido na catástrofe.

O Hotel Olifas, tradicional na cidade foi totalmente destruído.

Uma empresa de alimentação de São Paulo montou na Faol(empresa de ônibus)uma cozinha industrial onde são preparadas,por voluntários, 3.000 quentinhas,por dia, para os atingidos pelas chuvas.

O Hotel Bucski, também, atingido em parte, da parte de lazer, pela catástrofe, emite mensagem aos seus clientes, dando conta de que, em breve, a cidade voltará a acolher com sua tradição de hospitalidade e melhor culinária da região sudeste do Brasil e anuncia o carnaval que se aproxima, em grande estilo.

Áreas são desapropriadas e já se pensam na construção de milhares de casas e apartamentos populares para dar vida e cidadania aos que sofreram com a maior catástrofe natural do Brasil e décima do mundo.

Alguns se manifestam, embora de forma acanhada e temerosa, sobre a possibilidade de não ter acontecido, somente, um grande temporal com transbordação dos rios, havendo, também, outro fenômeno natural. O fato é que houve, alem das fortes chuvas, um grande estrondo na madrugada do dia 12, e, logo após, tudo aconteceu.

No meio a tudo isso, crianças, não órfãos, brincam, inocentemente, nos abrigos, e, de certa forma, nos dão esperança de que até mesmo uma catástrofe como esta é passageira e, de que, no tempo certo, tudo voltará ao normal.

Os que perderam seus pais recebem atenção especial protegidos contra possível tráfico de menores, (a mais monstruosa e desumana forma de escravidão moderna), aguardando decisão da justiça para adoção.

Para que tudo volte ao seu normal, no tempo que for necessário, é preciso que sejamos ajudados e, sobre tudo, unidos, devemos manter a nossa fé.

Com afeto, amizade, companheirismo e agradecimentos,

CL EGD Luiz C.Pessanha da Encarnação.
CaL Rosane
"

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