LEO CLUBE DE TUPÃ

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Iniciativa do Léo Clube 'abre' Unesp a estudantes de Tupã

Evento é baseado em programa da Fundação Vunesp que busca 'atrair estudantes talentosos' e mostrar a universidade a eles a partir do 2º ano do ensino médio

Você por acaso sabia que, com exceção de 7 ou 8 cursos, que exigem prova complementar de habilidade específica (entre os quais artes e arquitetura e urbanismo), o vestibular para todas as 62 carreiras oferecidas pela Unesp em 23 cidades paulistas tem uma única prova de conteúdo único ? Boa parte dos 96 estudantes, que participaram, no último dia 28 de setembro, de uma palestra no campus local da universidade, também apresentou esta e outras diversas dúvidas sobre o que é, como funciona e quais possibilidades oferece a Unesp. O encontro, organizado pelo Léo Clube de Tupã, que reuniu também jovens ligados a outros clubes de serviços como Interact, Filhas de Jó e Demolay, além de alunos do ensino médio de escolas públicas, do cursinho mantido pela própria Unesp e membros do JJC, foi ministrado pelo professor Leonardo de Barros Pinto. Coordenador da Fundação Vunesp para a região do Campus Experimental de Tupã, Barros Pinto realiza desde 2003, o trabalho de divulgação, para alunos dos 2º e 3º anos do ensino médio de escolas públicas e particulares, de todas as cidades da Diretoria de Ensino de Ensino de Tupã, apresentando informações úteis para aproximar os alunos da universidade.

O professor explicou que da mesma forma que nas visitas as unidades escolares, na palestra do último dia 28, foi feita "uma ampla apresentação da Unesp, com todos os detalhes" de interesse dos estudantes; desde a relação de cursos e cidades onde são ministrados até o esquema vestibular - desde as inscrições até a aplicação das provas. Bem como toda a estrutura de ensino, pesquisa e extensão, além dos mecanismos para auxílio aos estudantes que deixam suas cidades para estudar - com enfoque aos socialmente carentes.

Duvidas

O programa dirigido por Barros Pinto atinge anualmente a pelo menos 6 mil estudantes na região de Tupã e tem a finalidade, de acordo com ele, de "atrair estudantes talentosos para uma Universidade Pública Gratuita de Qualidade"; aproximando da instituição, estudantes de grande potencial que, muitas vezes nem se arriscam no vestibular por falta de informações ou por uma série de mitos. "A nossa estrutura de apoio ao estudante é um exemplo - a maioria nem tem noção de como é. Quando conhece, vê uma maior chance de cursar a Unesp fora da sua cidade", citou.
Outras informações simples, mas importantes: os alunos da região podem realizar a prova vestibular em Tupã, mesmo que o curso escolhido funcione em Botucatu, por exemplo; e a Unesp não trabalha com "reserva de vaga" do vestibular de um semestre para o outro. "Algumas universidades garantem ao vestibulando, para o primeiro semestre do ano seguinte, a vaga conseguida no vestibular deste meio de ano. A Unesp não. Passou e não se matriculou, a vaga é do próximo classificado".

Poucos alunos de ensino médio e de cursinho usam o expediente, mas é possível, por exemplo, ter acesso a prova anteriores da Vunesp. "Isso dá um direcionamento e um conteúdo muito importantes e poucos deles faz isso", exemplificou.

Escolas púbicas

Leonardo Barros Pinto disse que a opção da Fundação Vunesp em "buscar atrair" esses jovens, tem como uma das preocupações recente pesquisa que mostrou que atualmente 25% dos jovens brasileiros entre 18 e 25 anos de idade, fazem parte da 'Geração Nem e Nem'; nem trabalham e nem estudam. Outro dado importante revelado durante a palestra está relacionado ao último processo vestibular da Unesp; que teve 44% dos seus aprovados provenientes de escolas públicas e filhos de famílias com renda de até 5 salários mínimos. "Isso derruba um tabu de que Universidade Pública tem tido uma espécie de reserva para os ricos, alunos da rede particular que tem formação de melhor qualidade. E muitos bons estudantes da rede pública - que chamamos de talentosos - se animam quando ouvem esse tipo de constatação e percebem que a Unesp é viável, que não é o bicho de sete cabeças, como parece em um primeiro momento", comentou. O Professor citou ainda exemplos de dois estudantes da região, um de Queiroz e outro de Iacri, que concluíram o ensino médio em escolas do Estado recém aprovados em Medicina Veterinária na Unesp de Botucatu, "com pontuação que os permitia ingressar no curso de Medicina".

Parceria

O professor Leonardo elogiou a iniciativa do Léo Clube de Tupã em provocar o encontro e envolver nele jovens de outros clubes e escolas da cidade. "Disse a eles que só pelo fato de estarem manifestando interesse, vindo atrás, já podem se considerar diferenciados. E tenham certeza que por mais simples que pareça ter contato antes com essa realidade facilitará em muito a vida deles como futuros alunos da Unesp... O vestibular não cairá no colo deles como uma bomba. Espero que o Léo Clube como organização jovem que é - e preocupada em ajudar a melhorar a realidade da nossa comunidade - mantenha conosco essa parceria para os próximos anos, mobilizando e provocando outros jovens. E que outros clubes, outros grupos também façam isso. Experimentem e verão que a Unesp está bem longe de ser o bicho de sete cabeças que parece ser em um primeiro momento".
Para Mariela Caunetto, presidente do Léo Clube, apenas o número de participantes (96) já seria prova de que iniciativas dessa natureza são importantes e necessárias. Mas a importância ficou ainda mais evidente pela forma como os participantes se envolveram no evento, "buscando esclarecer dúvidas e conhecer detalhes que poderão ser fundamentais para ajudar a escolher ou firmar suas convicções sobre o futuro profissional e mais diretamente sobre uma Universidade Pública Gratuita de qualidade, como é Unesp". Segundo ela, não há dúvidas de que o Léo Clube deverá manter essa parceria. "Uma universidade do nível da Unesp, recebendo seus futuros alunos de braços abertos e mostrando o caminho. Acho que só não se aproveita disso que não quer", completou Mariela.
Um dos exemplos que mais chamou a atenção do Professor Leonardo, na palestra do dia 28, foi um aluno de 7ª série. "Será que é exagero, um aluno de 7ª se preocupar com a carreira profissional, com o vestibular? Lógico que não. De maneira equilibrada, tudo que ele conseguir de informação de preparação vai agregar conhecimento e maturidade, tanto na hora de escolher o caminho profissional quanto de prestar a prova vestibular. E esse garoto de 7ª série me impressionou com sua busca", completou Barros Pinto.