Seletividade alimentar em pessoas acometidas por Transtorno do Espectro do Autismo
Presente no dia a dia de muitas famílias, este comportamento precisa do olhar de um especialista.
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Um dos fatores característicos do TEA é a seletividade alimentar que está relacionada com desalinho entre as sensações dos alimentos e a capacidade do cérebro interpretar e organizar as informações provenientes dos mesmos, como diferentes sabores, texturas, temperaturas, cores e odores. A seletividade alimentar favorece a criação de obstáculos para experimentação de novos alimentos podendo proporcionar prejuízos físicos ao indivíduo e emocionais às pessoas que convivem com ele.
A seletividade alimentar pode ser observada por meio de alguns sinais como: repertório limitado de alimentos; frequência elevada do consumo de um tipo específico de alimento; preferência ou repulsa por uma determinada característica do alimento como cor ou textura; alto consumo de alimentos em uma única refeição; limitação do ambiente ou forma de se alimentar (o indivíduo só se alimenta em um determinado local ou horário, ou com um talher específico).
A literatura aponta que na população com TEA há uma tendência elevada pelo consumo de alimentos açucarados como bebidas (sucos artificiais ou refrigerantes), doces e guloseimas, bem como por alimentos ultraprocessados e frituras. Alimentos, estes, considerados pelo Guia Alimentar da População Brasileira (2014), como os que devem ter o seu consumo diminuído ou excluído para a manutenção de uma vida saudável. A orientação nutricional contempla o estímulo da redução do consumo destes alimentos e a introdução de novos alimentos de forma lenta e gradativa.
Outra consideração importante para esta população é o estímulo para prática esportiva, que entre os principais benefícios estão: a redução de comportamentos estereotipados e a ampliação nos níveis de atenção, cognição e interação social/emocional. Outro grande benefício da prática esportiva é que ela contribui, efetivamente, na prevenção ou correção de agravos à saúde com relação à qualidade nutricional.
Dra. Vânia Lamônica
Nutrição e Educação
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